“A fome é controlada por hormônios”, diz endocrinologista da USP

A Endocrinologista e Metabologista formada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Tassiane Alvarenga, explica que a fome é controlada por hormônios que comandam o apetite e o metabolismo.

“A curto ou longo prazo agem predominantemente numa região do hipotálamo conhecida como núcleo arqueado, o centro no qual reside o controle-mestre dos sistemas regulatórios. Para o núcleo arqueado convergem dois tipos de neurônios que exercem ações opostas: estimulação e inibição do apetite”, explica.

A fome é uma sensação fisiológica, como ensina a médica, e ela nos faz procurar consumir alimentos para satisfazer as necessidades diárias de nutrientes como glicose, aminoácidos e gorduras.

“O que estimula a produção de um hormônio no estômago chamado grelina, que chega até o cérebro e ativa toda uma cascata endocrinológica que motiva o apetite”, diz Tassiane Alvarenga.

Aquela sensação de estômago vazio estimula a grelina, “um hormônio periférico com função de aumento do apetite. A grelina é muito importante para o controle do apetite- este hormônio é produzido no estômago e intestino delgado, com um pouco dele sendo liberado no pâncreas e no cérebro”.

É interessante saber sobre o hormônio da fome para entendermos melhor como funciona o nosso cérebro para evitarmos o consumo em excesso de alimentos, pois a obesidade tem aumentado na população mundial, trazendo consigo uma série de doenças.
Pacientes obesos tem muita Leptina, que é um hormônio da saciedade, mas ela não funciona. Este hormônio tem como objetivo inibir a fome e a regular o equilíbrio energético, de modo que o corpo não desencadeia respostas de apetite quando não precisa de energia.

Em outras palavras, ele é responsável por dizer que o estômago está cheio e que você não precisa continuar se alimentado. Mas por não funcionar, a pessoa obesa não consegue saciar a fome, piorando seu quadro.

“Quando o corpo está funcionando corretamente, as células com excesso de gordura produzirão leptina, o que estimulará o hipotálamo a diminuir o apetite. Infelizmente, quando alguém é obeso, apesar de ter muita leptina no sangue, pela inflamação da obesidade, esta leptina não consegue agir direito, uma condição conhecida como resistência à leptina: ou seja, a via da saciedade não funciona”, diz a médica.

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