Dia 30 de julho é o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, uma data proposta para debater formas de combater este crime que afeta principalmente mulheres e meninas.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), 71% das vítimas do tráfico de pessoas são mulheres e meninas. Muitas delas, atraídas pela promessa de casamento ou trabalho como modelo.
Para a coordenadora de Política de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Ministério da Justiça, Marina Bernardes de Almeida, o maior desafio hoje é ter dados concretos desse crime.
“Muitas vezes as vítimas não se enxergam como vítimas desse crime ou têm medo de denunciar por sofrer represália porque os aliciadores conhecem as famílias. A principal dificuldade hoje é ter dados mais concretos deste crime”, afirmou.
Nesta segunda iniciou-se a 5ª Semana de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas que ocorre no Distrito Federal e em vários estados, com o principal objetivo de conscientizar a população e capacitar agentes públicos para identificarem os sinais deste tipo de crime.
A analista do Programa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Fernanda Fuentes, declarou que um dos maiores desafios no combate ao tráfico humano no país é a diversidade regional que acaba refletindo nos diferentes objetivos que a prática pode adotar dependendo da região em que ocorre.
“O tráfico de pessoas é enfrentado em rede, tanto pelo governo quanto pela sociedade civil. Dependendo de onde ocorre, há objetivos diferentes prevalecendo. Em algumas regiões é o trabalho escravo, em outras a exploração sexual. Por isso é importante a participação de organizações da sociedade civil que podem ajudar a enfrentar o crime dentro do contexto local”, afirmou.
Um relatório com o tema “Respondendo ao tráfico de crianças e jovens”, relatado pela italiana Maria Grazia Giammarinaro, afirma que pelo menos 21 milhões de vítimas de tráfico humano são enviadas para o trabalho forçado, mas o número exato é desconhecido.