Apenas uma em cada três mulheres vítimas de agressão procuram a polícia

A violência doméstica é o pior problema que atinge a mulher brasileira. Apesar de ter uma lei própria para esses casos, a maioria das vítimas não denunciam seus agressores.
Uma pesquisa realizada pelo Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), em conjunto com o Instituto de Pesquisa DataSenado, mostra que apenas uma a cada três mulheres que sofrem com a violência denunciam seus agressores.

Para chegar neste número, o Aprofundando o Olhar sobre o Enfrentamento à Violência contra as Mulheres entrevistou 19 autoridades vinculadas a órgãos atuantes no enfrentamento à violência contra as mulheres, os serviços de apoio a mulheres vítimas de violência e campanhas de esclarecimento sobre os direitos das mulheres têm permitido que mais brasileiras reconheçam e denunciem agressões sofridas no ambiente doméstico.

Divulgado na semana do dia 8 de março, o estudo é um desdobramento da edição de 2017 da Pesquisa Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, realizada pelo DataSenado, em parceria com o OMV que apontou aumento expressivo no percentual de mulheres que declararam ter sofrido algum tipo de violência doméstica.

De acordo com o levantamento, de 2015 para 2017, o índice passou de 18% para 29%. A pesquisa, feita a cada dois anos desde 2005, sempre apontou resultados entre 15% e 19%.

O Senado entende que o número de mulheres que declaram ter sido vítimas de algum tipo de violência doméstica está aumentando porque hoje as mulheres sabem reconhecer o que são as agressões, além das físicas.

Motivos para não denunciarem o agressor:

  • De acordo com a nova pesquisa, as vítimas muitas vezes deixam de denunciar a agressão por:
  • Dependerem economicamente do autor da violência;
  • Por medo de não conseguirem sustentar a si e a seus filhos;
  • Por vergonha da reação da família, dos amigos e da sociedade em geral.

Outra dificuldade para rom­per o ci­clo de vi­o­lên­cia do­més­ti­ca está na desconfiança de muitas mulheres em relação as medidas restritivas previstas na Lei Maria da Penha e na prestação de serviços por parte do Estado: 20% das mulheres entrevistadas acreditam que a Lei Maria da Penha não protege as mulheres enquanto 53% delas afirmaram que a lei protege apenas em parte.

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