A expectativa de aumento para o salário mínimo 2019 era de R$ 1.002,00, mas esta semana a Comissão Mista de Orçamento do Congresso (CMO) revisou a estimativa e fixou o valor em R$ 998,00.
A redução da estimativa de aumento acontece para conter os gastos do Governo, pois a cada R$ 1 de aumento, os cofres públicos sofrem impacto de R$ 303,9 milhões em despesas. A maior parte desse valor, R$ 243 milhões, vai para cobrir os gastos do INSS que garante e previdência do setor privado.
O reajuste do salário mínimo é feito através de uma fórmula que leva em consideração o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes e a variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior.
Para o salário mínimo 2019 passar de R$ 1 mil, o governo trabalhava com a previsão de 3,8% de aumento para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2018, mas a revisão fechou esse índice em 3,3%.
O Congresso tem até o final deste ano para determinar o valor de aumento, logo, a previsão do mínimo pode sofrer novo reajuste para mais ou para menos. Hoje o salário mínimo é de R$ 954,00.
Salário mínimo 2019 é insuficiente
Ainda que haja um aumento de R$ 44, ou de R$ 48 (que deixaria o mínimo em R$ 1.002,00) o salário mínimo 2019 continuaria abaixo do valor indicado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) que seria de R$ 3.747,10, valor este que seria o suficiente para sustentar uma família de quatro pessoas.
Esse valor é determinado pela pesquisa nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita mensalmente, onde é avaliado os gastos dos brasileiros com alimentação, moradia, educação, lazer, vestuário, transporte, Previdência Social e higiene.
Ou seja, o salário mínimo 2019, se ficar em R$ 998, será menos de 1/3 do valor ideal para conseguir suprir as necessidades básicas do brasileiro. A notícia é ainda mais grave quando lembramos dos dados do IBGE que mostram que 50% dos trabalhadores ganham menos que um salário mínimo.