A autoestima é um problema que atinge pelo menos 20% das mulheres, entre os homens, apenas 3% afirmam sofrer deste mesmo mal. Os dados são de uma pesquisa da Kantar divulgada em 2021.
Mas afinal, como este problema se desenvolve? De acordo com a psiquiatra Ana Paula Brasil, há vários fatores que contribuem para a formação da autoestima.
“No geral, ela é construída em uma série de domínios, como competências acadêmicas, aparência física, status de relacionamento e apoio familiar”, diz a médica.
Esses fatores pode explicar porque as mulheres sofrem mais com este problema do que os homens: “Enquanto os homens têm sua autoestima mais abalada por fatores relacionados a trabalho e desempenho sexual, as mulheres se veem mais abaladas por uma cobrança estética, além de pressionadas pelo desempenho de diversos papéis, como ‘cuidadora’ dos membros da família, ‘boa esposa’, além de profissional competente”.
Baixa autoestima pode gerar problemas diversos
De acordo com a doutora, é preciso ficar atento, pois esta autopercepção com baixa estima pode trazer muitos prejuízos. “Por vezes dificuldades e questões relacionadas a uma baixa autoestima podem desencadear sintomas depressivos e ansiosos e, muitas vezes, até dependência química. Além disso, podemos observar prejuízo nas relações interpessoais, capacidade laboral e/ou acadêmica do indivíduo’, ensina Ana Paula Brasil.
A assessora de imprensa Clarice Ribeiro, 19 anos, sofreu com baixa autoestima por conta da pressão estética em ter um “corpo perfeito”. Aos 13 anos, ela foi diagnosticada com distúrbio de imagem, desenvolvendo também crises de ansiedade e pânico.
“Quando eu ia para escola, escutava que por ser magra demais, nenhum menino iria gostar de mim, ou que eu nunca seria bonita por causa dos meus dentes tortos, e que ninguém iria querer ser amigo(a) de alguém tão magra e feia igual a mim”, relembra.
A comunicadora continuou com problemas de imagem mesmo quando começou a namorar, aos 14 anos, pois logo em seguida seu corpo de desenvolveu e ela engordou, gerando novos problemas.
“Com o fim do meu relacionamento aos meus 17 anos, eu percebi que estava com depressão, ansiedade e pânico, o susto que tomei ao perceber isso foi tão grande que comecei a me tratar”, relata.
Clarice procurou ajuda especializada e passou a fazer terapia. Além disso, começou a se exercitar e ter acompanhamento nutricional para controlar as mudanças em seu corpo.
Além disso, ela aprendeu a não se preocupar mais com a opinião dos outros sobre o seu corpo.
“Não vou mentir, não foi nada fácil parar de me importar com a opinião dos outros, mas uma rotina de cuidados contribuiu bastante. Meu psicólogo falava que eu só olhava para as minhas partes ruins, e por isso eu nunca conseguia enxergar as minhas qualidades, a partir daí eu fiz um trato comigo mesma, toda vez que eu me olhasse no espelho, iria tentar ao máximo só olhar para as minhas qualidades”.
Autocuidado pode te ajudar a se livrar dos traumas
Clarice conseguiu vencer o problema através do autocuidado e autoconhecimento, dois pilares essenciais para a construção de uma autoestima forte.
A psiquiatra Ana Paula Brasil confirma que esta mudança é essencial para mudar a percepção que você tem sobre si mesma. “Procurar realizar atividades físicas, estar na companhia de quem se gosta, procurar ter uma alimentação mais equilibrada. O autocuidado ajuda a fortalecer a percepção que temos de nós mesmos e fortalece a nossa autoestima”, declara.
Mas há outro ensinamento importante: “Evitar, sempre que possível, a comparação com outras pessoas. É impossível compararmos pessoas diferentes. Além disso, esse tipo de comparação geralmente é injusta”, diz a especialista.
Por fim, é essencial entender quem você é: “Quando temos consciência de quem realmente somos, independente do que nos digam, adquirimos uma percepção dos nossos valores, qualidades e dificuldades”.
Quero mudar os pontos que eu não gosto
Estrias e celulites deixavam Clarice apavoradas e se sentindo inseguras. Essas queixas são algumas entre várias que as mulheres brasileiras possuem quando se olham no espelho.
É por isso que o Brasil foi considerado o país que mais realizou cirurgias plásticas no mundo segundo a pesquisa da ISAPS.
O doutor Thiago Martins, biomédico Esteta, mestre em Medicina Estética e professor na área, recebe em seu consultório muitas mulheres insatisfeitas com seus corpos. Para ele, o atendimento individual é importante para realmente entender o que a faz sofrer com a baixa autoestima.
“Tento, de forma muito individualizada, oferecer as melhores opções de tratamento de acordo com o corpo da paciente. Para isso, opto em conversar muito desde o primeiro momento da consulta para entender o que ela está sentindo. Só depois desse bate papo é que prescrevo quais técnicas serão realizadas”.
O profissional entende que há vários tratamentos que podem contribuir para que a mulher se sinta mais segura, a indicação dos procedimentos só acontece depois de uma consulta sobre os pontos de insatisfação.
“Não existe um corpo ideal e os tratamentos estéticos são utilizados com o intuito de melhorar a forma física, mas o quadro emocional do indivíduo, muitas vezes, já está tão distorcido que não consegue se enxergar bem mesmo após a realização de procedimentos”, diz Thiago Martins.
Outro ponto importante do trabalho do biomédico é que entende que é possível fazer vários tratamentos para melhorar áreas do corpo sem precisar recorrer à cirurgia plástica.
“Eu acredito que, hoje, você consegue fazer tratamentos sem ter que passar pela cirurgia, pelo pós-operatório e pelo processo de cicatrização. Temos tratamentos que facilitam – e muito – a vida do paciente, mesmo se ele optar pela cirurgia, ou então, temos procedimentos minimamente invasivos que conseguem entregar resultados fantásticos, sem necessidade de internação”, diz ele, que é o criador do método de Harmonização Corporal®.