Estima-se que 1,2 milhão de brasileiros vivem com a Doença de Alzheimer (DA), a forma mais comum de demência no mundo, e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. No mundo, calcula-se 50 milhões de pessoas com a doença. Conforme estimativas da Alzheimer’s Disease International, os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050, devido ao envelhecimento da população. Para chamar atenção para esta realidade, comemora-se em 21 de setembro o Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença de Alzheimer.
Embora o risco de DA aumente com a idade, não é uma parte normal do envelhecimento ou algo que deveria ser esperado em pessoas mais velhas. Por isso, os cuidados com a saúde do cérebro devem estar, desde sempre, incluídos nos check-ups de rotina. “Não há idade certa para começar a cuidar da saúde cerebral. Memória, sono, cefaleia ou quaisquer assuntos relacionados ao cérebro são temas pertinentes às consultas médicas, independentemente da idade. Devemos enxergar o corpo como uma unidade interligada e interdependente. Cuidar da mente é cuidar do corpo e vice-versa”, explica o neurologista Dr. Matheus Ferreira Gomes, do Hospital Mater Dei Santa Genoveva, de Uberlândia (MG).
A Doença de Alzheimer é o tipo mais frequente de demência. É uma doença cerebral progressiva que pode resultar em perda de memória, alterações comportamentais, disfunções executivas e da linguagem. A doença geralmente começa de forma lenta, mas tende a evoluir e piorar com o tempo. Um dos sintomas iniciais mais comuns de Alzheimer é a dificuldade em lembrar os eventos recentes. O paciente com Alzheimer esquece o nome das pessoas, como do amigo de longa data, o endereço etc. “O diagnóstico precoce pode ajudar a instituir ou reforçar medidas medicamentosas e não medicamentosas para atrasar o desenvolvimento da doença, levando a uma melhor qualidade de vida ao paciente e pessoas que o cercam”, diz o Dr. Matheus.
Embora uma vida saudável possa ajudar a prevenir fatores de risco associados à doença de Alzheimer, certos aspectos, por si só, também podem reduzir o risco de DA, como manter-se ativo mentalmente e intelectualmente, praticar atividades físicas, controlar fatores de risco cardiovascular, como hipertensão e diabetes, dormir bem e ter uma alimentação saudável.
Uma vez diagnosticada a doença, o médico vai decidir qual o tratamento mais adequado para o caso e propor uma linha terapêutica, muitas vezes multidisciplinar, que deverá ser seguida pelo paciente e seus familiares e/ou cuidadores.
Convivendo com o Alzheimer
Viver com DA requer levar uma vida o mais saudável possível. Além disso, o paciente e os cuidadores devem ser estimulados a manterem atividades regulares pelo maior tempo que puderem. “A soma das pequenas conquistas ou mesmo a lentificação da progressão, como a autonomia para higiene pessoal, para escolher a própria roupa e vestir-se, deambular e/ou comer sem auxílio, são marcos simples, mas essenciais da qualidade de vida”, diz o Dr. Matheus.
Tratamento
Até o momento não há cura para a DA, mas muito pode ser feito para melhorar os sintomas e o bem-estar dos pacientes e cuidadores. Na área farmacológica existem inibidores de colinesterase, memantina e, em breve, uma outra substância que aguarda aprovação da Anvisa. Na área não farmacológica, recomenda-se o treinamento das funções relativas à cognição, como atenção, memória, linguagem, orientação e a utilização de estratégias compensatórias, que são muito úteis para o investimento em qualidade de vida e para a estimulação cognitiva.