Por Cristiana Castrucci*
Em 2011 comecei a sentir muito cansaço e fiquei preocupada, pois como empresária sempre fui muito ativa e nunca tinha me sentido daquela forma. Estava com 47 anos e, após vários exames, foi constatado que eu estava com câncer de mama.
Quando recebi o diagnóstico não me abati, eu sabia que precisava agradecer a Deus pela oportunidade de poder me tratar e me tratar o mais rápido possível.
O primeiro tratamento proposto pelos médicos foi a retirada de quadrante e tratamento preventivo com tamoxifeno, que é um medicamento que bloqueia os receptores de estrogênio nas células do câncer de mama. Assim, é possível impedir o estrogênio de se unir às células cancerosas que as fazem crescer e se dividir.
Foram seis meses de tratamento e tive reação química ao tratamento. Mas a minha luta não se encerrou aí. Em 2015 tive uma recaída e a doença voltou. Foi então que passei pela mastectomia completa bilateral com retirada de linfonódulos.
Quando o médico me disse que teria que retirar os seios, não me senti mal com aquela notícia. Na verdade, recebi a informação muito bem, pois pensei que estaria livre da doença e depois reconstruiria as mamas e ficaria linda. As apelidei de “Jolies”.
Mas as coisas não foram como eu pensava, senti muitas dores depois da cirurgia, foram 18 meses de dores ininterruptas, porque quando sofremos uma amputação, sentimos a dor neurológica da mama. Fiz duas cirurgias e a dor sumiu depois da reconstrução completa.
Antes mesmo da recaída, fundei o Be Color, uma instituição de conscientização e ações sociais sobre o câncer de mama. No início foi a forma diferente em que fui tratada, tive auxilio e acompanhamento, sabia que muitas mulheres não podiam ter acesso igual ao meu, tanto nos tratamentos como no acolhimento. Eu tinha um instituto de arte que ajudava jovens bailarinos, cantores e orquestrastes a conseguirem desenvolvimento profissional em parceria com Áustria e Alemanha.
Depois do câncer, virei Be Pink, um alto para a Vida na luta contra o câncer feminino, levando pelas cidades pequenas informação, consciência e educação na prevenção do câncer feminino e apoio aos pacientes em tratamento em parceria com os órgãos públicos e do terceiro setor. Criei um banco de estima para captar lenços, perucas e maquiagens para ensinar os órgãos públicos e hospitais a manterem um banco em suas cidades.
Minha saúde mental fez com que eu me preocupasse com a saúde mental de outras pacientes. Eu tinha acesso a apoio mas o que acontecia com pessoas que não tinham acesso quanto à terapia, psicologia, grupos de apoio e/ou religiosos? Sempre me interessei pela mente humana. Criei uma plataforma de comunicação entre o terapeuta e o paciente, onde ele pode testemunhar sua experiência para que possamos, juntos, editar um livro com todas as histórias.
Dentro do Be Color temos algumas divisões. A Orange, que trabalha com a comunicação entre pacientes de câncer e trabalhos para humanizar a doença, e a Red, que trata da humanização do produto junto com a conscientização, e uma linha de ginástica que ainda está em desenvolvimento.
Hoje minha vida está muito diferente do que eu vivia antes da doença, mais ainda que eu tenha conseguido tantas realizações, me sinto pouco estigmatizada pela sociedade que ainda teme a doença e prefere evitá-la a preveni-la. Ainda assim me sinto com mais autonomia sobre a minha própria vida.
Toda essa trajetória me fez lançar o livro “Você Me Viu por Aí?” (2013), que fala sobre superação do câncer e como a doença ode se tornar bela quando a enxergamos de forma positiva.
Agora me preparo para lançar o “Alice de volta para casa”, que é um livro de autoajuda mais direcionado para superação de obstáculos, fala da importância em retornarmos à nossa infância para que possamos resgate nossa consciência e assim, podermos ultrapassar barreiras, vencendo as batalhas que a vida nos coloca de frente.
*Cristiana Castrucci é fundadora do Instituto Be Color, projeto social voltado para ajudar mulheres que enfrentam o câncer.
Oi eu ja tive câncer por 3 vezes o primeiro de mama que foi em 2007 fiz mastectomia radical e tive que fazer 6 ciclos de quimioterapia e 28 seções de radioterapia. Consegui me curar mais em dezembro de 2011 tive câncer de ovário fiz cirurgia e 6 ciclos de quimioterapia consegui me curar.Em fevereiro de 2016 tive câncer de peritonio o câncer voltou em 6 lugares fiz cirurgia e 6 ciclos de quimioterapia consegui me curar ! Estou em acompanhamento médico e uso um cateter e faço a manutenção uma vez por mês. Sempre encarei tudo de cabeça erguida e nunca desisti só que tenho tido sintomas de muita tristeza de uns tempos para cá me sinto sozinha mesmo tendo o apoio de miha família. Não estou conseguindo achar saída não gosto de me sentir assim pois sempre fui uma pessoa positiva o que eu faço daqui para frente me sinto perdida .