Relaxamento e controle da ansiedade ajudam pacientes oncológicos durante isolamento

A técnica respiratória é recomendada aos pacientes oncológicos inclusive durante a quimioterapia | Foto: Pixabay

Pacientes oncológicos fazem parte do grupo de risco por serem suscetíveis a complicações caso venham a se infectar pelo novo vírus, o medo do contágio tem causado mais ansiedade e incertezas aumentando assim os quadros clínicos de ansiedade.

De acordo com a hematologista e especialista em medicina integrativa, Dra. Regina Chamon, da Oncoclínicas em São Paulo, a prática frequente de meditação pode ser uma aliada valiosa.

Além de melhorar os quadros de dor causados pelo tratamento oncológico, a técnica também reduz os índices de depressão e a ansiedade e ainda prepara o paciente para lidar melhor com o imprevisível e com suas emoções diante das situações.

A prática da respiração compassada é outra aliada. Além de ser uma técnica importante para manter a calma, inspirar e expirar bem lentamente, prestando atenção nos movimentos do corpo, também é capaz de melhorar a qualidade do sono. De acordo com a especialista, quanto mais a respiração é praticada e introduzida aos hábitos comuns, se torna cada vez mais fácil aplicar esta técnica para aliviar momentos de estresse.

A técnica respiratória é recomendada aos pacientes oncológicos inclusive durante a quimioterapia. “No momento da punção do cateter, o paciente sente menos dor por conta do relaxamento muscular gerado pela respiração”, frisa a médica.

A medicina integrativa também pode ser utilizada como uma forma de ajudar o paciente oncológico, especialmente durante momentos extremos de aflição como o atual. Esta modalidade de medicina integra os aspectos físicos, emocionais e mentais do paciente e o auxilia, por meio de abordagens terapêuticas adequadas para cada caso, na conquista de seu bem-estar.

“Quando a mente fica muito acelerada na tentativa de encontrar soluções para um determinado problema sem que haja previsão de resoluções e não conseguimos nos desligar desta situação, alguns sintomas sérios se manifestam, como dor crônica, bruxismo, insônia, pressão alta, ansiedade e depressão”, ensina a médica.

“Isso tudo para pacientes que já estão enfrentando o câncer é muito mais crítico. Por isso, a medicina integrativa é fundamental para esses pacientes, pois ela une os pilares do estilo de vida por meio de alimentação e exercícios e práticas efetivas para a mente e o corpo. É um pacote completo que auxilia o bem-estar dos pacientes”, completa a Dra. Regina.

Otimismo como aliado no equilíbrio emocional

Mas, afinal, o estresse pode ser transformado em algo positivo? Para a psico-oncologista da Oncoclínicas no Rio de Janeiro Natalia Baratta Gil, tão importante quanto tentar minimizar o quadro de estresse na atual conjuntura é ter autoconhecimento de suas necessidades socioemocionais.

“Estamos vivendo em um momento de estresse agudo, caminhando para um estresse crônico, uma vez que não sabemos quando tudo isso vai terminar. Queremos aprender a manejar o estresse, mas ele é algo que acontece naturalmente. Existem tipos de estresse e a forma como podemos reagir a ele pode ser positiva e negativamente”, ensina a psico-oncologista.

“No caso dos pacientes oncológicos, temos o estresse aliado aos seus diagnósticos de câncer e à pandemia. Existem muitos ideais de como a gente deveria estar lidando com a forma como a gente vem respondendo a essa situação, que varia de pessoa para pessoa, e o melhor que podemos fazer para nós e nossa família. A ideia é desconstruir que existe uma forma ideal, mas entender o que é possível para cada um, observando o cuidado individual e o que é perfeito para cada um”, avalia Natalia Baratta Gil.

A especialista ressalta que é essencial manter o otimismo: “Todos estamos realizando os arranjos possíveis neste momento e criando uma nova conexão com outras pessoas e o mundo. Precisamos ter esperança e lutar pela nossa qualidade de vida. Tudo isso vai passar”, finaliza Natalia Gil.