A maioria das cristãs brasileiras não é feminista, é isso que mostra uma pesquisa realizada pelo Benditas Blog e o Invisible College, que entrevistaram mulheres cristãs, desenvolvendo um trabalho de pesquisa inédito sobre a vida e a sexualidade desse público.
O documento mostra que 69,13% das cristãs não se consideram feministas, 12,39% são feministas e 18,48% responderam que “talvez” sejam.
O tema era pouco debatido no Brasil, mas nos últimos tempos diferentes denominações estão alertando sobre a incompatibilidade entre o feminismo e o cristianismo, mostrando as diferenças entre os preceitos da religião e o movimento político.
Quem tem levantado essa bandeira de alertar as mulheres cristãs sobre os perigos do feminismo é a pedagoga Vitória Reis, da Zion Church, que usa as redes sociais para falar sobre o tema.
Para ela, ver que a maioria das cristãs não se consideram feministas não é um fator surpreendente, “uma vez que os valores cristãos se opõem diretamente a questões defendidas pelo movimento ao longo de sua história” e também “pelo fato de que as principais autoras do feminismo eram/são contra o cristianismo”.
Vitória chega a questionar: “Como amar a Deus, a Bíblia, a família, a maternidade, a vida e ser feminista?”, para ela, ser cristã e feminista “é como torcer simultaneamente para times rivais”.
O aborto é um dos temas que colocam feministas e cristãs de lados opostos. “Como apoiar a morte de bebês no ventre de suas mães quando lemos passagem como o Salmo 139 que diz que ainda no ventre de nossa mãe Deus já havia escrito todos os nossos dias?”, questiona Vitória.
“Defender o aborto é ferir diretamente a fé cristã. Defender o feminismo, é defender diretamente o aborto, é se opor à vida, à criação, e ao Criador”, completa Vitória.
Para ela, os 31% das mulheres que são ou que talvez sejam feministas no meio cristão pode ser pela questão das mulheres se sentirem em dívida com o movimento, acreditando que a liberdade e outros direitos foram conquistados pelas feministas, o que não é verdade.
“O feminismo é um movimento ideológico, logo, tem por objetivo defender ideias e não pessoas. É um movimento político e ideológico que visa destruir a família, a mulher e seus valores inatos, a infância e fé cristã através de revolução sexual”, continua ela.
Vitória não está sozinha na árdua tarefa de alertar mulheres de todas as idades e de todo o país que é impossível ser cristã e feminista. Páginas nas redes sociais como a de Cris Corrêa, Marcela Brito, Isabel Lisboa, Regiane Cichelero, Renata Côrtes Diniz, Fran Peçóis, Jackeline Hayashi e muitas outras se comprometeram a educar suas audiências sobre este assunto.
São mulheres católicas e evangélicas que se debruçaram nos principais livros feministas e encontraram neles motivos suficientes para dizer com todas as letras que feminismo e cristianismo são incompatíveis.
E por falar em educação, vários livros já foram lançados desmascarando as falácias do movimento feminista, entre eles “O Outro Lado do Feminismo”, de Suzanne Venker; “Feminilidade Radical: Fé Feminina em um Mundo Feminista”, de Carolyn Mcculley; e o livro “Feminismo: Perversão e Subversão”, escrito pela deputada Ana Caroline Campagnol; “Sexo Privilegiado”, de Van Creveld; “Manual Politicamente Incorreto do Feminismo”, de Carrie Lukas; entre outros.
Ex-feminista: Influenciadora perdeu mais de 40 mil seguidores quando deixou o movimento
Nathalie Barros, 26 anos, é uma influenciadora de moda e beleza que por muitos anos se posicionou nas redes sociais como feminista. Ela, inclusive, tatuou o rosto de Frida Kalo, uma artista mexicana que se tornou ícone feminista por sua história de vida, sendo uma mulher “sexualmente livre”.
Acontece que a jovem se tornou evangélica e passou a entender que o movimento era incompatível com sua fé e, estudando mais, resolveu abandonar o feminismo.
“Me converti e entendi a incompatibilidade do cristianismo e feminismo”, diz Nathalie que teve coragem de falar para seus milhares de seguidores que não era mais feminista. “Na época, perdi por volta de 40 mil seguidores”, conta.
Quando questionada sobre porque não é possível ser cristã e feminista, a influenciadora resume: “Porque o feminismo tem muitas ideologias que batem de frente com os valores e princípios do cristianismo, da Bíblia”.
A mesma pergunta foi feita para Vitória Reis e ela conseguiu elencar alguns pontos:
- O feminismo defende que o papel da mulher no lar é opressor, sem dignidade, é como uma prisão;
- O feminismo defende a morte de bebês no ventre;
- O feminismo defende a repulsa à maternidade;
- O feminismo defende a ideologia de gênero;
- O feminismo defende a depravação sexual da mulher;
- O feminismo defende a sexualização de crianças;
- O feminismo defende a repulsa ao casamento, a submissão, e fidelidade dentro do matrimônio; entre outras razões.
E ela continua: “A grande questão é, como é possível defender tamanhos absurdos sendo cristã? Como é possível amar a Deus, odiando tudo que ele ama? A família, a pureza, a submissão, a castidade, a modéstia, o casamento, a maternidade e a vida?”