Especialistas alertam para o aumento de ansiedade e depressão no pós-pandemia

No Brasil mais de 9,3% da população já sofre com ansiedade | Foto: Pixabay

 

Especialistas de saúde mental alertam para consequências psicológicas pós-pandemia, apostando que os números já altos de ansiedade, depressão e síndrome de Burnout no Brasil serão ainda maiores.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o Brasil já é o maior país em número de pessoas ansiosas, com cerca de 18,6 milhões de pessoas convivendo com este transtorno.

Mas estes números podem ser ainda maiores após a pandemia. “Infelizmente, o Brasil é o líder mundial na patologia, apresentando números três vezes maiores que a média mundial. O isolamento social, medo, incerteza com o futuro, mudança no ritmo das relações sociais, familiares e de trabalho, são fatores que podem elevar os números”, explica a psicóloga Nayara Teixeira, gerente técnica na MAPA Avaliações.

É diante deste cenário que pesquisadores da MAPA Avaliações, empresa que se dedica ao estudo e desenvolvimento de ferramentas e metodologias de avaliação psicológica, fazem este alerta sobre o que pode acontecer no futuro próximo.

“Muitos sentem pânico relacionados à sensação de confinamento, gerando fobias e gatilhos em pessoas diagnosticadas e que já fazem tratamento para controle de patologias como a ansiedade. Ao retornar, eles poderão sofrer recaídas”, diz a psicóloga.

Pesquisas na China

Um estudo da Sociedade Chinesa de Psicologia descobriu, em fevereiro, que 42,6% dos 18.000 cidadãos chineses testados apresentavam sintomas de ansiedade relacionada ao coronavírus. E 16,6% dos 14.000 examinados mostraram sinais de depressão em diferentes níveis de gravidade.

Uma pesquisa de especialistas da Universidade de Pequim, ainda não publicada, mas citada pela prestigiada revista Caixin e revelada pelo jornal El País, constatou que de 311 profissionais de saúde que trabalhavam na linha de frente da epidemia em Wuhan, um terço sofria de algum tipo de problema psicológico.

Além de transtornos depressivos e de ansiedade, os profissionais também podem desenvolver a síndrome de Burnout, muito comum nesses casos. Causada pelo esgotamento físico e emocional, é um distúrbio psíquico de caráter depressivo definido pelo psicólogo Herbert J. Freudenberger como “um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional”.