O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou nesta segunda-feira (3) o estudo intitulado “Millennials na América e no Caribe: trabalhar ou estudar?” com dados sobre a relação de estudo e trabalho entre os jovens com idades de 15 a 24 anos em toda a América Latina.
A pesquisa revela que em média 21% dos jovens, o equivalente a 20 milhões de pessoas, não estudam nem trabalham. Enquanto isso, 41% se dedicam exclusivamente ao estudo e/ ou capacitação, 21% só trabalham, e 17% trabalham e estudam ao mesmo tempo, nesses países.
O Brasil está entre os países com maior número de jovens que não estudam e nem trabalham com 23% do total, o que representa dois em cada dez jovens brasileiros. Cerca de 49% dos jovens brasileiros apenas estudam; 13% apenas trabalham e 15% estudam e trabalham ao mesmo tempo.
O México é o país que mais tem jovens que e não trabalham e nem estudam, são 25%, em segundo lugar está El Salvador, com 24%. O Brasil está em terceiro lugar. O Chile se destaca por ter a menor quantidade, apenas 14% dos entrevistados estão nesta situação.
O que os pesquisadores entenderam é que os jovens de famílias pobres são os que mais sofrem com a falta de oportunidades de estudo e trabalho. Além disso, as possibilidades educacionais e as oportunidades do mercado de trabalho limitam o seu desenvolvimento e sua posição na sociedade.
Mulheres são maioria entre os que nem estudam, nem trabalham
No grupo dos nem-nem (nem estudam nem trabalham) as mulheres são maioria, sendo praticamente o dobro dos homens. Em países como Brasil e El Salvador os números triplicam.
Isso não quer dizer que elas não fazem nada, a maioria das mulheres, segundo esta pesquisa, estão cuidado de suas famílias e tarefas domésticas.
Os dados dos jovens que tiveram filhos na adolescência justificam bem esses números, o gráfico do estudo mostra que no Brasil, 24% desse grupo nem estudam, nem trabalham. Apenas 12% estudam e trabalham.
Dados da pesquisa
Para chegar a esta conclusão, foram entrevistados 15 mil jovens entre 15 e 24 anos, moradores de áreas urbanas de nove países: Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Haiti, México, Paraguai, Peru e Uruguai.
O estudo foi realizado pelo Ipea em parceria com a Fundación Espacio Público do Chile, o Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento Internacional (IRDC) do Canadá e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).